Já são conhecidos os premiados da 20ª edição do Doclisboa

Competição Internacional

Grande Prémio Cidade de Lisboa para Melhor Filme da Competição Internacional
A Date in Minsk, de Nikita Lavretski

Pelo conceito cinematográfico, pela preocupação com temáticas actuais, pela autenticidade dos diálogos e interpretações, o júri premeia de forma unânime A Date in Minsk, de Nikita Lavretski.

Prémio YouTube do Júri da Competição Internacional
A Landscaped Area Too Quiet For Me, de Alejandro Vázquez San Miguel

Pela grande empatia e honestidade com que regista a realidade quotidiana da velhice extrema e pela evocação subtil e gradual do franquismo quase exclusivamente dentro dos limites de um apartamento, o júri premeia A Landscaped Area Too Quiet for Me, realizado por Alejandro Vázquez San Miguel.

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Competições Portuguesa e de Curtas-Metragens

Prémio HBO Max para Melhor Filme da Competição Portuguesa (ex aequo)
Vexations, de Leonardo Mouramateus
A Visita e um Jardim Secreto, de Irene M. Borrego

Na última semana, vimos muitos filmes cativantes, inventivos, não raro realizados com poucos recursos materiais e frequentemente ambiciosos no seu desejo de descrever um recorte do mundo, seja a sua crueldade ou o seu potencial de tornar-se noutra coisa, coisa que talvez o cinema pudesse imaginar mesmo ao relacionar-se com o mundo. O júri decidiu conceder este prémio a dois filmes em que se destacam a forma e as histórias que contam. Notamos que, ao explorar o potencial do cinema em abrir caminho para a resiliência e para uma crença renovada na vida, a própria arte surge nesses filmes como meio e como assunto, como ferramenta e como tarefa.

Prémio Sociedade Portuguesa de Autores do Júri da Competição Portuguesa
Memória, de Welket Bungué

Uma celebração do legado, com notas tanto de gravidade quanto de doçura, que nos faz perceber como o cinema é capaz não só de performar maneiras de experiência, mas a História mesma, seus pontos de vista e o aspecto de um caminho comum que talvez nos possa levar a descobertas encantadoras.

Prémio Escolas – Prémio ETIC para Melhor Filme da Competição Portuguesa
A Visita e um Jardim Secreto, de Irene M. Borrego

Durante 60 minutos, vivemos numa casa que, apesar de não ser o foco, sentimos que conhecemos muito bem. As portas que se fecham e as portas que se abrem, a personalidade em espelho, a procura do eu no outro, as pazes com o passado, a casa, o retrato, a permanência e a resiliência. A mulher, as mulheres. As que foram, as que são. As que tentaram, lutaram e permaneceram. Mesmo à margem.

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Competição Transversal

Prémio Revelação – Prémio Canais TVCine para Melhor Primeira Longa-Metragem (mais de 60’) de uma selecção transversal a todas as secções, excepto retrospectivas e Cinema de Urgência
It’s Party Time, de Léo Liotard

Pelo olhar delicado com que o cineasta observa as personagens, pela atmosfera melancólica de um passado perdido, pela forma sensível como trata a amizade masculina durante os anos formativos da transição entre a juventude e a idade adulta.

Menção Honrosa
Moto, de Gastón Sahajdacny

Através da forte ligação entre as personagens principais, o filme leva-nos numa viagem por uma cidade afligida por desigualdades e violência policial.

Prémio para Melhor Curta-Metragem (até 40’) de uma selecção transversal a todas as secções, excepto retrospectivas e Cinema de Urgência
May the Earth Become the Sky, de Ana Vîjdea

Uma peça filmada com primor, e muito sutilmente, minuciosamente montada, sobre a crença como matéria prima da tarefa cinematográfica. O júri celebra este filme como a descoberta de uma sólida sensibilidade na realização, na expectativa de que viaje longe e muito, e ansiando para acompanhar o trabalho futuro de sua diretora.

Prémios Lugares de Trabalhos Seguros e Saudáveis – Prémio Agência Europeia para a Segurança no Trabalho para Melhor Longa-Metragem de Temática Associada ao Trabalho de uma selecção transversal a todas as secções, excepto retrospectivas e Cinema de Urgência.
The Beach of Enchaquirados, de Iván Mora Manzano

O júri decidiu atribuir o Prémio Lugares de Trabalho Saudáveis a um filme que ecoou fortemente em nós, pela gentileza com que retrata a sua personagem principal e a sua identidade de género, permitindo-nos ao mesmo tempo aproximarmo-nos de uma realidade desconhecida, fazendo ao mesmo tempo excelente uso da linguagem cinematográfica como meio de estudo sobre um personagem e o seu ambiente de trabalho. O Júri valorizou particularmente a forma como este filme mostra que a solidariedade e o “estar junto” são dimensões relevantes da vida laboral, demonstrando que o espírito de comunidade contribui para a resiliência individual.

Prémio Prática, Tradição e Património – Prémio Fundação INATEL para Melhor Filme de Temática Associada a Práticas e Tradições Culturais e ao Património Imaterial da Humanidade, de uma selecção transversal a todas as secções excepto retrospectivas e Cinema de Urgência
Adeus, Capitão, de Tatiana Almeida e Vincent Carelli

Avaliar os candidatos lembrou-nos que podemos sempre enaltecer algo que revoluciona, mas também podemos defender aquelas manifestações culturais tradicionais que devem ser preservadas.
E se, antes, uma tradição dependia dos contos dos mais antigos para ser transmitida, hoje, os registos de imagens em movimento reforçam a nossa identificação com diversas práticas, fundamental para que possamos compreender o passado e olhar para o futuro. Por refletir essa transição – da oralidade para a visualidade – e por reforçar que a  preservação de uma cultura é uma forma de resistência social, o Prémio Prática, Tradição e Património vai para Adeus, Capitão, de Tatiana Almeida e Vincent Carelli.

Menção Honrosa
Yarokamena, de Andrés Jurado

Por uma narrativa que agarra, associada a uma composição artística envolvente, a menção honrosa do nosso júri vai para Yarokamena, de Andrés Jurado.

Prémio Fernando Lopes – Prémio Midas Filmes e Doclisboa para Melhor Primeiro Filme Português
Home, Revised, de Inês Pedrosa e Melo

Num tempo em que a imagem é viral, a ideia de pesquisa da arqueologia da imagem, que separa o voyeurismo das memórias colectivas, é o que torna este filme tão especial.

Prémio do Público – Prémio Jornal Público para Melhor Filme Português transversal a todas as secções, excepto Verdes Anos
O que podem as Palavras, de Luísa Marinho e Luísa Sequeira

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Competição Verdes Anos

Prémio Le Fresnoy para Melhor Filme dos Verdes Anos
Picnic at Hanging Rock, de Naama Heiman

Por retratar uma relação singular com o amor que vai além da questão do amor em si com momentos espirituosos e de pura honestidade, decidimos atribuir o Prémio Le Fresnoy para Melhor Filme dos Verdes Anos a Picnic at Hanging Rock, de Naama Heiman.

Prémio Pedro Fortes para Melhor Filme Português nos Verdes Anos
Bentuguês, de Daniel Borga

Pela forma simples, sincera e cuidadosa que o realizador escolhe para abordar esta comunidade sem dramatizar a sua realidade social, decidimos atribuir o Prémio Pedro Fortes para Melhor Filme Português nos Verdes Anos a Bentuguês, de Daniel Borga.

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Prémios Arché

Prémio RTP para Melhor Projecto em Fase de Montagem ou Primeiro Corte
A Savana e a Montanha, de Paulo Carneiro

Transportando o espectador para uma terra ameaçada, o realizador impressionou-nos com a sua linguagem cinematográfica que capacita uma comunidade para encontrar a sua voz de resistência. O prémio vai para A Savana e a Montanha, de Paulo Carneiro.

Prémio Selina para Melhor Projecto em Fase de Escrita ou Desenvolvimento
Continuum, de Mariana Bomba

Através de material de arquivo precioso centrado em vozes e experiências femininas, este filme relaciona a urgência do amor com a paixão pelo cinema e a experimentação criativa. O prémio vai para Continuum, de Mariana Bomba.

 

Prémio Escola das Artes, Universidade Católica Portuguesa – Prémio Especial do Júri Arché para um Projecto em Fase de Escrita e Desenvolvimento

House made of mist, de Alberto Dexeus

Movido pela coragem de confrontar segredos e traumas escondidos, este realizador emergente procura compreender o trauma causado pela guerra civil e pela repressão através de um cinema que expande os limites da forma. O prémio vai para House Made of Mist, de Alberto Dexeus.

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