Após a apresentação da retrospectiva A Questão Colonial no contexto do Doclisboa, este ciclo terá agora outro momento, com projecções em França, em colaboração com a Shellac Films e integrando a programação da Temporada Portugal – França 2022.
De 27 a 30 de Outubro, será exibida uma selecção de filmes que se desdobra entre o passado colonial de França e Portugal. A curadora da retrospectiva Amarante Abramovici acompanhará as sessões, que decorrerão nas salas Cinéma Saint-André des Arts (Paris), Le Gyptis (Marselha) e La Baleine (Marselha). Os realizadores Filipa César, Raphaël Grisey e Franssou Prenant participarão em conversas após as projecções.
Entre reflexões contemporâneas àquela época a indagações actuais, o programa toma como ponto de partida o fim da Guerra da Argélia – simbolizando o fim das colónias francesas, habilmente mantidas sob o jugo neocolonial – que coincide com a decisão do Estado Novo de avançar para a guerra colonial, e viaja até ao nascimento dos novos cinemas africanos.
O filme Carnaval da Vitória, dirigido pelo célebre cineasta angolano António Ole, será um dos filmes exibidos, e integra o projecto de preservação FILMar, operacionalizado pela Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, integrado no Mecanismo Financeiro de Apoio EEA Grants 2020-2024.
Programação completa:
Cinéma Saint-André des Arts (Paris)
27 Outubro
20h00
Crossing Voices, de Raphaël Grisey, Bouba Touré (2022)
– Sessão com a presença de Raphaël Grisey
28 Outubro
18h00
Nossa Terra, de Mario Marret (1966)
Navigating the Pilot School, de Filipa César et Sónia Vaz Borges (2016)
Mangrove School, de Filipa César et Sónia Vaz Borges (2022)
– Sessão com a presença de Filipa César
20h00
Les Harkis, de Philippe Faucon (2022)
29 Outubro
11h00
O Carnaval da Vitória, de António Ole (1978)
Rostov-Luanda, de Abderrahmane Sissako (1997)
14h00
Makwayela, de Jean Rouch (1977)
Mueda – Memória e Massacre, de Ruy Guerra (1979)
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Cinéma Le Gyptis (Marselha)
29 Outubro
20h00
Afrique sur Seine, de Paulin Soumanou Vieyra, Mamadou Sarr (1955)
Bamako, de Abderrahmane Sissako (2006)
Cinéma La Baleine (Marselha)
30 Outubro
16h00
De la Conquête, de Franssou Prenant (2022)
– Sessão seguida de conversa com a cineasta por video-conferência. Em parceria com FIDMarseille
18h00
Makwayela, de Jean Rouch (1977)
Mueda – Memória e Massacre, de Ruy Guerra (1979)
20h00
Crossing Voices, de Raphaël Grisey, Bouba Touré (2022)
– Sessão seguida de conversa com Raphaël Grisey por video-conferência
Sobre a Temporada Portugal França 2022
Acordada entre Primeiro-Ministro português, António Costa, e o Presidente da República Francesa, Emmanuel Macron, em 2018 e que terá lugar simultaneamente nos dois países entre 12 de Fevereiro e 31 de Outubro de 2022 Esta Temporada Cruzada, que terá lugar durante a Presidência francesa do Conselho da União Europeia, será uma oportunidade para realçar a proximidade e a amizade que unem os nossos dois países, representados em particular pela presença em França de uma comunidade luso-descendente muito grande, e em Portugal de um número crescente de cidadãos franceses, duas comunidades dinâmicas, itinerantes e ativas, que constituem um elo humano e cultural excecional entre os nossos dois países.
Para além de um programa que destaca a Europa da Cultura, a Temporada Portugal França 2022 deseja também assumir um compromisso concreto com os temas que nos unem e que os nossos dois países defendem na Europa do século XXI: a transição ecológica e solidária, nomeadamente através do tema do Oceano, a economia responsável e sustentável, a aposta nas energias renováveis, a igualdade entre mulheres e homens, o respeito pela diferença e os valores da inclusão.
Através de mais de 200 eventos, e com vista a alargar as bases da nossa cooperação, a Temporada Portugal-França 2022 pretende destacar as numerosas colaborações entre artistas, investigadores, intelectuais, estudantes e empresários, entre as nossas cidades e regiões, entre as nossas instituições culturais, as nossas universidades, as nossas escolas e as nossas associações: iniciativas que ligam de forma profunda e sustentável os nossos territórios e contribuem para a construção europeia.
